
Tem dias em que eu funciono, mas não vivo.
Acordo, faço café, respondo mensagens, organizo a casa, tento ser produtiva.
Mas por dentro, estou em branco.
Nada dói de forma explícita.
Nada explode.
Nada pede socorro em voz alta.
E talvez por isso seja tão difícil perceber.
Existe um cansaço que não passa com descanso.
Uma ausência de vontade que não é preguiça.
Uma sensação constante de estar “ligada”, mas desconectada de si.
Esse estado tem nome: esgotamento emocional.
E muitas vezes ele se disfarça de normalidade.
Você continua cumprindo suas obrigações.
Continua sendo forte.
Continua dando conta.
Mas algo dentro de você vai ficando silencioso demais.
Não é tristeza profunda.
Não é exatamente depressão clínica.
É um vazio funcional.
Uma exaustão que não grita, mas corrói.
Durante muito tempo, eu achei que isso era maturidade.
Que era “fase”.
Que fazia parte de ser adulta, responsável, consciente.
Até perceber que estava vivendo no automático.
Sem prazer.
Sem presença.
Sem escuta interna.
O corpo começa a dar sinais:
– irritação sem motivo
– choro contido
– dificuldade de sentir alegria
– vontade constante de se recolher
A mulher que sente demais começa a se anestesiar para sobreviver.
E isso é perigoso.
Porque quando a sensibilidade some, não é força que entra no lugar.
É endurecimento.
A feminilidade não nasce da resistência infinita.
Ela precisa de pausa, fluxo e verdade emocional.
Reconhecer o esgotamento não é fraqueza.
É lucidez.
É admitir que algo precisa ser cuidado antes de quebrar.
Antes que o corpo peça ajuda de forma mais dura.
Antes que a alma desista em silêncio.
Talvez você não precise “aguentar mais”.
Talvez precise parar de se abandonar.
Esse texto não é um diagnóstico.
É um espelho.
Se algo aqui tocou você, saiba:
você não está sozinha, nem errada por sentir assim.
Existe um caminho de reconexão.
E ele começa quando você se permite escutar o que tentou calar.
Se você sente que chegou até aqui porque algo dentro de você pediu atenção, talvez esse seja o momento de começar por você.
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Com verdade,
Laecía
Se esse silêncio interno tem a ver com relações onde você se doou demais, talvez esse outro texto te ajude a entender onde essa dor começou. Quando a Amizade Machuca: Reflexões Sobre a Traição
Deixar mensagem para Reconectando com a Alma: Quando a Vida Pede Pausa e a Alma Pede Presença. – Mapa da Alma Cancelar resposta